Muitas pessoas demonizam o cartão de crédito como se ele fosse o responsável pelo seu desequilíbrio financeiro. Não é de se estranhar. Deixar de pagar a fatura do cartão de crédito ou mesmo cair na tentação de pagar o valor mínimo estabelecido na fatura faz com que a pessoa tenha que arcar com os juros estratosféricos da modalidade. O Brasil tem disparado a maior taxa de juros para cartão de crédito no mundo, e deixar de pagar integralmente a fatura pode ser o início de uma bola de neve financeira dificílima de escapar.

Mas o cartão de crédito pode e deve ser usado a favor da nossa vida financeira. Através dele, é possível parcelar compras de diversos itens sem juros. Em tempos de crescimento do comércio eletrônico, o cartão de crédito é imprescindível para realizar compras via internet. Quando precisamos fazer alguma compra urgente (e necessária) que o orçamento do mês não permite, o cartão também pode contornar esta emergência, jogando o valor a ser pago para o mês seguinte.

Lembre-se que não existe outro responsável pelo seu desequilíbrio financeiro além de você mesmo. O cartão de crédito deve ser usado com disciplina e controle. A seguir daremos algumas dicas para ajudá-lo a usar este instrumento com segurança:

1 - O ponto fundamental que faz as pessoas se enrolarem com o cartão de crédito: a ilusão de que comprar no cartão não é gastar dinheiro. Tenha em mente que o cartão é dinheiro sim, você está apenas deixando de desembolsar um valor no presente para gastar no futuro. Vai ter que arcar com aquele valor de qualquer jeito.

2 - Bancos, operadoras e lojas não vivem te oferecendo cartões porque gostam muito de você e querem somente o seu bem. Quanto mais cartões você tiver, maiores chances de você se enrolar, ter que pagar os juros das faturas e proporcionar enormes lucros para eles. Não caia na armadilha. Ter um único cartão de crédito é suficiente e bem mais fácil de controlar.

3 - Outra armadilha: o limite aprovado de gastos na fatura. As administradoras de cartão de crédito muitas vezes aprovam limites que não condizem com a renda mensal da pessoa (às vezes o limite é maior que a renda!). Isto facilita a tentação da pessoa sair gastando com o cartão este limite sem levar em conta o seu real orçamento, o que é um passo para não conseguir pagar o total da fatura, e dá-lhe juros. Ignore o limite que te aprovaram. Estabeleça seu próprio limite de gastos no cartão.

4 - Supondo que você estabeleceu dentro de uma renda mensal de, por exemplo, 1.000 reais, que o máximo mensal que você gastará com sua fatura será 150 reais. Ao fazer qualquer compra com o cartão de crédito, anote, registre o quanto gastou. Quando fizer compras parceladas, confira se o valor da parcela mensal fica dentro deste limite. Some os gastos e quando atingir o limite de 150 reais estabelecido pare de usar o cartão até o próximo período de cobrança. Seja rígido com este limite, encare como um valor que você não tem a mínima condição de ultrapassar. Evite a tentação do “ah, mas só um pouquinho mais não vai fazer diferença”.

5 - “Mas eu não consigo fazer tão certinho assim, eu não resisto a fazer uma comprinha a mais quando tenho vontade”. Se você pensa desta forma, e está sempre se enrolando com as dívidas da fatura, o melhor conselho que podemos dar é: não tenha cartão de crédito. É melhor cortar o mal pela raiz do que entrar nessa espiral de juros. Sem o cartão você será obrigado a se planejar com as suas possibilidades reais de gasto, o que facilitará seu controle financeiro.